A Odisseia de Homero
Trata-se da sequência narrada na Ilíada, também de autoria do poeta grego
Homero, o pai da mitologia e verdadeiro deus do Olimpo, ao dar vida aos
deuses, heróis e monstros que conhecemos universalmente.
No poema épico, A Odisseia, temos o herói Ulisses — responsável por arquitetar o famoso Cavalo de Troia na Ilíada — tentando voltar para sua casa, na ilha de Ítaca. No caminho de volta, ele vive diferentes aventuras.
Desperta a ira de Poseidon, deus dos mares, e precisa se esconder na Ilha
de Calipso. Enquanto isso, sua esposa, Penélope, é assediada por diversos
pretendentes e usurpadores.
Para resgatar a mulher e o patrimônio de sua família, Ulisses enfrenta uma
série de aventuras fantásticas através dos mares e das ilhas gregas até
regressar aos braços de Penélope e de seu filho, Telêmaco.
Ulisses é o nome em latim para Odisseu, o nome grego. Ele é o herói que
domina o poema, com sua figura versátil, astuta e corajosa.
A História começa em Ítaca e mostra os pretendentes da virtuosa Penélope
ocupando a casa e assediando a esposa de Ulisses ou Odisseu, que está
desaparecido.
"Na primeira parte do livro (cantos I a IV), Telêmaco é o personagem
principal: ele está a procura de seu pai, de quem se tem pouquíssimas
informações. Na segunda parte do livro (cantos V a XII), é o próprio Ulisses
quem narra suas histórias: ele e seus homens sobrevivem a doze perigosas
aventuras.
Já na terceira e última parte (cantos XIII a XXIV), o herói regressa à
Ítaca, com o auxílio de Palas Atena. Lá, ele precisa derrotar os
pretendentes que cobiçam sua mulher e seus bens".
A Odisseia é um poema de aventura, que traz o espaço fantástico
para a literatura. Afinal, não há exército capaz de vencer Odisseu
(Ulisses), então é preciso criar obstáculos sobre-humanos: seja derrotando o
ciclope Polifemo, visitando Hades, fugindo do canto das sereias,
enfrentando a ira de Poseidon ou, ainda, a Natureza.
A última façanha ataca com mares desconhecidos, estreitos rochosos,
tempestades; ela espanta desde sempre até o mais corajoso dos homens.
Somente usando toda a sua inteligência, destreza, coragem e força é possível
vencê-la. Odisseu é a figura singular capaz de enfrentar todas essas
aventuras para alcançar seu objetivo.
Ulisses desperta a ira de Poseidon
A Odisseia (juntamente com a Ilíada) fundou a ideia de herói, esse sujeito que precisa desfrutar de seu reconhecimento. Por isso é interessante notar que Odisseu começa o livro na Ilha de Calipso e que permanece lá, apesar da imortalidade prometida, significava desaparecer. Voltar para Ítaca, nesse sentido, é também viver com a fama e as glórias de um herói de guerra.
Porém, em dois momentos cruciais da história, Odisseu nega sua identidade a
fim de salvar sua vida.
O primeiro episódio surge no confronto com Polifemo: ao ter seu nome
perguntado pelo ciclope, Odisseu responde: “Eu me chamo Ninguém”. Quando
consegue escapar da caverna de
Polifemo, este grita por ajuda: “Ninguém tenta me matar!”.
Polifemo (ciclope) tenta matar Ulisses
Os amigos do ciclope pensam que ele está louco e Odisseu consegue escapar, mas não sem antes revelar-lhe seu verdadeiro nome, afinal, é necessário que sua façanha e sua identidade sejam amplamente conhecidas.
Os amigos do ciclope pensam que ele está louco e Odisseu consegue escapar, mas não sem antes revelar-lhe seu verdadeiro nome, afinal, é necessário que sua façanha e sua identidade sejam amplamente conhecidas.
Quando finalmente chega a Ítaca precisa mais uma vez anular quem é, já que
enfrentar centenas de pretendentes ao mesmo tempo seria uma loucura
irracional, o que em nada combina com a moderação e a sagacidade que são
marcas de Odisseu.
Ulisses e sua esposa Penélope - Quadro (Francesco
Primaticcio)
Ele, então, se veste como mendigo e, com ajuda de fiéis funcionários, vai aniquilando um por um de seus adversários. Ou seja, ele torna-se “Ninguém” novamente, para que possa, enfim, ser o grande Odisseu e poder desfrutar não só de sua família, mas também de toda a sua glória.
Ele, então, se veste como mendigo e, com ajuda de fiéis funcionários, vai aniquilando um por um de seus adversários. Ou seja, ele torna-se “Ninguém” novamente, para que possa, enfim, ser o grande Odisseu e poder desfrutar não só de sua família, mas também de toda a sua glória.
Odisseu é — nas palavras de Homero —
polítropo, ou seja, alguém com muitas habilidades, que tem uma inteligência versátil
e que, por ter viajado muito, adquiriu conhecimento sobre seu povo e os
lugares que conheceu.
Ulisses elimina todos os pretendentes de Penélope
O herói de muitas faces é um contraponto a Aquiles, da Ilíada, cuja fúria implacável não respeita e não conhece limites. Ele é passional e explosivo, enquanto Odisseu sabe exatamente como agir.
O herói de muitas faces é um contraponto a Aquiles, da Ilíada, cuja fúria implacável não respeita e não conhece limites. Ele é passional e explosivo, enquanto Odisseu sabe exatamente como agir.
Atua como orador, marinheiro, amante, guerreiro, atleta, poeta, pai, filho,
artesão etc. Ele é um que é muitos. Ele é todos e é ninguém. Talvez por isso
tenha inspirado tantos, talvez por isso continue a inspirar muitos.