Serra do Imeri - Alto Amazonas selvagem
A Serra do Imeri faz parte da fronteira entre o Brasil e a
Venezuela, no coração da Floresta Amazônica. A região é extremamente remota
e de difícil acesso, com áreas pouco exploradas e muito preservadas.
Esse é um destino praticamente desconhecido, até mesmo para muitos campistas experientes.
Esse é um destino praticamente desconhecido, até mesmo para muitos campistas experientes.
A densa floresta tropical, e a sensação de estar em um dos cantos mais
intocados da Amazônia, causam um impacto profundo em quem busca uma
experiência de camping verdadeiramente selvagem.
O acesso é extremamente difícil, é recomendável apenas para campistas muito
experientes ou com guias locais.
A fauna e flora são riquíssimas, mas é preciso ter bastante cuidado com os
perigos naturais da Amazônia.
camping selvagem na serra
A Serra do Imeri é uma formação geológica do relevo brasileiro, localizada na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, no planalto das Guianas. É composta por alguns dos picos mais altos do país, como o pico da Neblina (2.994 m) e o pico 31 de Março (2.973 m).
A Serra do Imeri é uma região pouco explorada e desconhecida da ciência. Em
2023, uma expedição científica liderada pelo professor Miguel Trefaut
Rodrigues, do Instituto de Biociências (IB) da USP, coletou centenas de
exemplares de plantas e animais na região.
As análises preliminares do material coletado confirmaram a expectativa dos
cientistas de que muitas das espécies encontradas são novas para a
ciência.
A Serra do Imeri tem um ambiente inóspito, com solo pobre e pedregoso, e variações diárias de temperatura médias de 20 graus Celsius. Por isso, a diversidade de espécies na região é menor do que na floresta baixa vizinha.
A Serra do Imeri tem um ambiente inóspito, com solo pobre e pedregoso, e variações diárias de temperatura médias de 20 graus Celsius. Por isso, a diversidade de espécies na região é menor do que na floresta baixa vizinha.
É difícil chegar à Serra do Imeri, no norte do Amazonas, próximo
à fronteira com a Venezuela.
Com altitude de até 2.450 metros (m) e ocupadas por campos com bromélias,
paredões rochosos e árvores cercadas por neblina, essas montanhas
aparentemente nunca tinham sido visitadas por pessoas e devem abrigar
espécies desconhecidas de animais e plantas.
Foi lá que pesquisadores – 12 do Brasil, um da Espanha e outro da França –
passaram 11 dias em novembro, em uma expedição científica realizada em
conjunto com o Exército brasileiro.
Acampamento da expedição dos cientistas
Os biólogos coletaram centenas de exemplares, parte deles representantes de espécies aparentemente nunca descritas, e reuniram informações com as quais pretendem ver os parentescos entre os animais e plantas dessa e de outras áreas altas do Brasil.
Os biólogos coletaram centenas de exemplares, parte deles representantes de espécies aparentemente nunca descritas, e reuniram informações com as quais pretendem ver os parentescos entre os animais e plantas dessa e de outras áreas altas do Brasil.
★ Parque Nacional Pico da Neblina (AM)
Com 2.252.616 hectares, o parque localizado no estado do Amazonas, faz
fronteira com a Venezuela, onde é conhecido como o Cerro La Neblina
Nacional. O território está distribuído nos municípios de Santa Isabel do
Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira.
Ele contém o pico mais alto do Brasil (3014 metros): daí o seu nome. Sua
administração cabe, atualmente, ao Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (ICMBio), autarquia vinculada ao Ministério do Meio
Ambiente (MMA).
É um belo exemplo de floresta equatorial e suas mais altas encostas estão
envoltas em floresta enevoada, devido à alta umidade constante. Há,
também, uma rica variedade de vida selvagem.
Além disso, o parque contém, pelo menos, dois sítios do Pleistoceno e
oferece áreas de grande beleza cênica, como o Morro dos Seis Lagos.
A serra do Imeri e o pico da Neblina integravam um extenso
planalto formado por rochas areníticas que ocupava boa parte do chamado
escudo das Guianas antes do soerguimento dos Andes.
Sua erosão, ao longo de milhões de anos, ajudou a formar os solos das
florestas de regiões baixas adjacentes, deixando muitas espécies de
animais e plantas ilhados nos picos, montanhas aplainadas ou tabulares,
os chamados tepuis, como o da Neblina, e serras isoladas.
Os pesquisadores chegaram na cordilheira remota, esperando encontrar muitas
espécies novas.
E foi exatamente o que aconteceu. Análises preliminares do material
coletado nessa expedição pioneira à Serra do Imeri confirmam a expectativa
dos cientistas de que muitas das plantas e animais que habitam essas
montanhas amazônicas são espécies novas, totalmente inéditas para a
ciência.
O trabalho foi realizado em parceria com o Exército Brasileiro e
acompanhado na íntegra pelo Jornal da USP.
Segredo e Mistério
Dizem que não há outro caminho para chegar lá a não ser pelo ar. Nos meses
que antecederam a expedição, o Exército fez várias tentativas de estabelecer
uma via de acesso terrestre ou fluvial até o local, mas sem
sucesso.
Por sorte encontraram uma pequena área, mais ou menos plana, onde era
possível pousar o helicóptero; caso contrário, nem mesmo isso teria sido
possível.
Diferentemente do Pico da Neblina, onde há uma presença bem estabelecida de
yanomamis e militares, essa porção mais ao sul da Serra do Imeri é uma
verdadeira terra incógnita.
Na busca por um caminho até o topo, batedores do Exército fizeram consultas
às comunidades Yanomami da região, que relataram não subir a serra. “Se nem
o Exército nem os indígenas foram lá, acho que ninguém jamais
chegará”.
Um lugar completamente desconhecido
Esses locais são verdadeiras joias escondidas do Brasil, oferecendo
experiências marcantes que testam os limites dos
campistas mais experientes, e deixam memórias inesquecíveis.
O Pico da Neblina
É mais do que apenas o ponto mais alto do Brasil, é um santuário de
espiritualidade e mistério. Elevando-se majestoso no coração da Amazônia,
suas encostas são envoltas em névoas que parecem sussurrar segredos
antigos.
Para os Yanomami, o Pico da Neblina, ou Yaripo, é um elo sagrado entre a
terra e o céu, um lugar onde os espíritos ancestrais dançam ao ritmo do
vento e das águas.
A cada passo em direção ao cume, a floresta densa se abre para revelar
paisagens de tirar o fôlego, onde a natureza exibe sua grandiosidade em
formas e cores.
A expedição ao Pico da Neblina promovida por empresas é uma jornada de 15 dias, ideal para amantes de grandes aventuras de trekking.
A expedição ao Pico da Neblina promovida por empresas é uma jornada de 15 dias, ideal para amantes de grandes aventuras de trekking.
Iniciando em São Gabriel da Cachoeira (AM), os participantes se
preparam na pousada e exploram a cidade antes de embarcar numa viagem que
combina estradas, voadeiras e trilhas profundamente imersivas.
O roteiro atravessa paisagens diversas, desde a Serra dos Ventos até a
densa floresta amazônica, guiando os viajantes até Maturacá, e além e
o renomado povo Yanomami como protagonista da terra sagrada.
“A relação do povo Yanomami com o Pico da Neblina e a região é fundamental
para entendermos a profunda ligação que os povos indígenas têm com a
natureza. A integração deles com o meio ambiente é muito maior do que a
nossa, e eles compreendem que fazemos parte da natureza e não a
dominamos".
O Pico da Neblina fica em uma sobreposição entre duas unidades de
conservação, a Terra Indígena (TI) Yanomami com quase quase 10 milhões de
hectares e o Parque Nacional Pico da Neblina, com cerca de 2,2 milhões de
hectares. Por mais de 20 anos, a visitação ao Yaripo foi suspensa, sendo
retomada apenas em 2021, após alguns anos de conversas e estruturações para
que as vivências fossem realmente sustentáveis e positivas para os viajantes
e a comunidade, que deve ser protagonista e a maior beneficiada
financeiramente.
Durante os próximos três anos, duas empresas que conseguiram a anuência da
Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) e o recredenciamento do
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), estão
aptas e credenciadas a operar roteiros na região com exclusividade
global.
“Historicamente, desde a década de 80 acontecia a visitação desordenada ao
Pico da Neblina com a invasão de turistas sem anuência dos indígenas,
desrespeito aos lugares sagrados e todo lucro sendo levado para fora da
Terra Indígena Yanomami”.
Para chegar ao Pico
Por localizar-se num parque nacional, em região de fronteira e em
terras da reserva
Yanomami, o acesso ao pico da Neblina é restrito e depende de autorização do
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
É obrigatório contratar um guia credenciado. Todas as expedições
começam na cidade de São Gabriel da Cachoeira.
A partir da cidade, é necessário subir o rio Cauaburi em voadeiras
(velozes canoas de alumínio com motor de popa), até a boca do igarapé
Tucano, início da caminhada, próximo à aldeia ianomâmi e missão católica
de Maturacá.
Depois de quatro dias de caminhada, andando uma média de 4 a 5 horas
por dia, chega-se ao ponto mais alto do relevo brasileiro.
É obrigatório contratar um guia credenciado. Todas as expedições começam na cidade de São Gabriel da Cachoeira.
Depois de quatro dias de caminhada, andando uma média de 4 a 5 horas por dia, chega-se ao ponto mais alto do relevo brasileiro.
O Pico 31 de Março
Situado a apenas 687 metros de distância do Pico da Neblina, que é apenas
21 metros mais alto, o pico 31 de Março com 2.974.18m, é o segundo ponto
mail alto do Brasil, que faz parte e do qual pode ser considerado um cume
secundário.
Os dois picos são ligados por uma curta crista de serra. Ao contrário da
forma piramidal e pontiaguda de seu vizinho mais alto, o pico 31 de Março
tem uma forma mais suave e arredondada, e pode ser difícil de distinguir
do pico da Neblina em fotografias, dependendo do ângulo e da distância.
Os picos 31 de Março e da Neblina estão localizados no
Parque Nacional do Pico da Neblina e também nas terras demarcadas
dos ianomâmis. Portanto, o acesso à área é restrito e depende de
autorização do ICMBio.
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