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16.10.24

Serra do Imeri - AM/RR

Serra do Imeri - Alto Amazonas selvagem

A Serra do Imeri faz parte da fronteira entre o Brasil e a Venezuela, no coração da Floresta Amazônica. A região é extremamente remota e de difícil acesso, com áreas pouco exploradas e muito preservadas.
Pico da Neblina - AM-RR - Serra do Imeri
Esse é um destino praticamente desconhecido, até mesmo para muitos campistas experientes. 
A densa floresta tropical, e a sensação de estar em um dos cantos mais intocados da Amazônia, causam um impacto profundo em quem busca uma experiência de camping verdadeiramente selvagem.
O acesso é extremamente difícil, é recomendável apenas para campistas muito experientes ou com guias locais. 
A fauna e flora são riquíssimas, mas é preciso ter bastante cuidado com os perigos naturais da Amazônia.
camping selvagem na serra
camping selvagem na serra
A Serra do Imeri é uma formação geológica do relevo brasileiro, localizada na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, no planalto das Guianas. É composta por alguns dos picos mais altos do país, como o pico da Neblina (2.994 m) e o pico 31 de Março (2.973 m). 
A Serra do Imeri é uma região pouco explorada e desconhecida da ciência. Em 2023, uma expedição científica liderada pelo professor Miguel Trefaut Rodrigues, do Instituto de Biociências (IB) da USP, coletou centenas de exemplares de plantas e animais na região. 
As análises preliminares do material coletado confirmaram a expectativa dos cientistas de que muitas das espécies encontradas são novas para a ciência.
Serra do Imeri - AM
A Serra do Imeri tem um ambiente inóspito, com solo pobre e pedregoso, e variações diárias de temperatura médias de 20 graus Celsius. Por isso, a diversidade de espécies na região é menor do que na floresta baixa vizinha. 
É difícil chegar à Serra do Imeri, no norte do Amazonas, próximo à fronteira com a Venezuela. 
Com altitude de até 2.450 metros (m) e ocupadas por campos com bromélias, paredões rochosos e árvores cercadas por neblina, essas montanhas aparentemente nunca tinham sido visitadas por pessoas e devem abrigar espécies desconhecidas de animais e plantas. 
Foi lá que pesquisadores – 12 do Brasil, um da Espanha e outro da França – passaram 11 dias em novembro, em uma expedição científica realizada em conjunto com o Exército brasileiro.

Acampamento da expedição dos cientistas
Acampamento da expedição dos cientistas
Os biólogos coletaram centenas de exemplares, parte deles representantes de espécies aparentemente nunca descritas, e reuniram informações com as quais pretendem ver os parentescos entre os animais e plantas dessa e de outras áreas altas do Brasil.

Parque Nacional Pico da Neblina (AM)

Com 2.252.616 hectares, o parque localizado no estado do Amazonas, faz fronteira com a Venezuela, onde é conhecido como o Cerro La Neblina Nacional. O território está distribuído nos municípios de Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira. 
Ele contém o pico mais alto do Brasil (3014 metros): daí o seu nome. Sua administração cabe, atualmente, ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA).
É um belo exemplo de floresta equatorial e suas mais altas encostas estão envoltas em floresta enevoada, devido à alta umidade constante. Há, também, uma rica variedade de vida selvagem. 
Além disso, o parque contém, pelo menos, dois sítios do Pleistoceno e oferece áreas de grande beleza cênica, como o Morro dos Seis Lagos.

A serra do Imeri e o pico da Neblina integravam um extenso planalto formado por rochas areníticas que ocupava boa parte do chamado escudo das Guianas antes do soerguimento dos Andes. 
Sua erosão, ao longo de milhões de anos, ajudou a formar os solos das florestas de regiões baixas adjacentes, deixando muitas espécies de animais e plantas ilhados nos picos, montanhas aplainadas ou tabulares, os chamados tepuis, como o da Neblina, e serras isoladas.
Os pesquisadores chegaram na cordilheira remota, esperando encontrar muitas espécies novas. 
E foi exatamente o que aconteceu. Análises preliminares do material coletado nessa expedição pioneira à Serra do Imeri confirmam a expectativa dos cientistas de que muitas das plantas e animais que habitam essas montanhas amazônicas são espécies novas, totalmente inéditas para a ciência. 
O trabalho foi realizado em parceria com o Exército Brasileiro e acompanhado na íntegra pelo Jornal da USP.

Segredo e Mistério

Dizem que não há outro caminho para chegar lá a não ser pelo ar. Nos meses que antecederam a expedição, o Exército fez várias tentativas de estabelecer uma via de acesso terrestre ou fluvial até o local, mas sem sucesso. 
Por sorte encontraram uma pequena área, mais ou menos plana, onde era possível pousar o helicóptero; caso contrário, nem mesmo isso teria sido possível.
Diferentemente do Pico da Neblina, onde há uma presença bem estabelecida de yanomamis e militares, essa porção mais ao sul da Serra do Imeri é uma verdadeira terra incógnita. 
Na busca por um caminho até o topo, batedores do Exército fizeram consultas às comunidades Yanomami da região, que relataram não subir a serra. “Se nem o Exército nem os indígenas foram lá, acho que ninguém jamais chegará”.

Um lugar completamente desconhecido
Esses locais são verdadeiras joias escondidas do Brasil, oferecendo experiências marcantes que testam os limites dos campistas mais experientes, e deixam memórias inesquecíveis.


O Pico da Neblina

É mais do que apenas o ponto mais alto do Brasil, é um santuário de espiritualidade e mistério. Elevando-se majestoso no coração da Amazônia, suas encostas são envoltas em névoas que parecem sussurrar segredos antigos. 
Para os Yanomami, o Pico da Neblina, ou Yaripo, é um elo sagrado entre a terra e o céu, um lugar onde os espíritos ancestrais dançam ao ritmo do vento e das águas. 
A cada passo em direção ao cume, a floresta densa se abre para revelar paisagens de tirar o fôlego, onde a natureza exibe sua grandiosidade em formas e cores. 
Pico da Neblina - Serra do Imeri AM-RR
A expedição ao Pico da Neblina promovida por empresas é uma jornada de 15 dias, ideal para amantes de grandes aventuras de trekking. 
Iniciando em São Gabriel da Cachoeira (AM), os participantes se preparam na pousada e exploram a cidade antes de embarcar numa viagem que combina estradas, voadeiras e trilhas profundamente imersivas. 
O roteiro atravessa paisagens diversas, desde a Serra dos Ventos até a densa floresta amazônica, guiando os viajantes até Maturacá,  e além e o renomado povo Yanomami como protagonista da terra sagrada.

“A relação do povo Yanomami com o Pico da Neblina e a região é fundamental para entendermos a profunda ligação que os povos indígenas têm com a natureza. A integração deles com o meio ambiente é muito maior do que a nossa, e eles compreendem que fazemos parte da natureza e não a dominamos".

Vista aérea da aldeia Demini do povo Yanomami, Amazonas
Vista aérea da aldeia Demini do povo Yanomami, Amazonas. Foto: Marcos Wesley/CCPY, 2005

O Pico da Neblina fica em uma sobreposição entre duas unidades de conservação, a Terra Indígena (TI) Yanomami com quase quase 10 milhões de hectares e o Parque Nacional Pico da Neblina, com cerca de 2,2 milhões de hectares. Por mais de 20 anos, a visitação ao Yaripo foi suspensa, sendo retomada apenas em 2021, após alguns anos de conversas e estruturações para que as vivências fossem realmente sustentáveis e positivas para os viajantes e a comunidade, que deve ser protagonista e a maior beneficiada financeiramente. 
Durante os próximos três anos, duas empresas que conseguiram a anuência da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) e o recredenciamento do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), estão aptas e credenciadas a operar roteiros na região com exclusividade global.
Pico da Neblina sem as nuvens
pico da neblina sem as nuvens

“Historicamente, desde a década de 80 acontecia a visitação desordenada ao Pico da Neblina com a invasão de turistas sem anuência dos indígenas, desrespeito aos lugares sagrados e todo lucro sendo levado para fora da Terra Indígena Yanomami”.

Para chegar ao Pico


Por localizar-se num parque nacional, em região de fronteira e em terras da reserva Yanomami, o acesso ao pico da Neblina é restrito e depende de autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

É obrigatório contratar um guia credenciado. Todas as expedições começam na cidade de São Gabriel da Cachoeira.
A partir da cidade, é necessário subir o rio Cauaburi em voadeiras (velozes canoas de alumínio com motor de popa), até a boca do igarapé Tucano, início da caminhada, próximo à aldeia ianomâmi e missão católica de Maturacá.
Depois de quatro dias de caminhada, andando uma média de 4 a 5 horas por dia, chega-se ao ponto mais alto do relevo brasileiro.

O Pico 31 de Março

Situado a apenas 687 metros de distância do Pico da Neblina, que é apenas 21 metros mais alto, o pico 31 de Março com 2.974.18m, é o segundo ponto mail alto do Brasil, que faz parte e do qual pode ser considerado um cume secundário. 
Os dois picos são ligados por uma curta crista de serra. Ao contrário da forma piramidal e pontiaguda de seu vizinho mais alto, o pico 31 de Março tem uma forma mais suave e arredondada, e pode ser difícil de distinguir do pico da Neblina em fotografias, dependendo do ângulo e da distância.
Pico 31 de Março
Os picos 31 de Março e da Neblina estão localizados no Parque Nacional do Pico da Neblina e também nas terras demarcadas dos ianomâmis. Portanto, o acesso à área é restrito e depende de autorização do ICMBio.






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