O Brasil na 2ª Guerra
O 1.º Grupo de Aviação de Caça (1.º GAvCa), ou simplesmente Jambock, muito conhecido na cultura popular pelo seu grito de guerra, Senta a Púa!, é o primeiro grupo de aviação de caça da Força Aérea Brasileira, notório por ter participado da Segunda Guerra Mundial na Campanha da Itália e na Campanha do Atlântico Sul.
Foi criada pelo primeiro Ministro da Aeronáutica, Salgado Filho, pelo Major Nero Moura, pelo engenheiro aeronáutico e Major Faria Lima.
Em 26 de agosto de 1942 o Brasil declarou guerra contra as forças do Eixo após uma série de ataques à navios mercantis e com isso começou uma série de preparos para que o Brasil pudesse entrar na guerra, com isso em 18 de dezembro de 1943 foi feito o decreto n.º 6123 que originou o 1.º Grupo de Aviação de Caça (1.º GAvCa).
O Ministro da Aeronáutica Salgado Filho queria escolher Faria Lima como Comandante do grupo, mas Nero Moura argumentou dizendo que se Faria Lima fosse abatido eles perderiam um engenheiro e aviador, já se perdessem ele, iriam perder apenas um aviador, então Nero Moura foi nomeado o Comandante do esquadrão, com Nélson Freire Lavanère-Wanderley como Tenente Coronel e Faria Lima como Comandante simbólico pelos seus feitos para criar a FAB, atuando como Oficial de Gabinete do Ministro da Aeronáutica.

Após os líderes do 1.º Grupo de Aviação de Caça serem integrados à nova corporação, começou um processo de treinamento para que as forças aéreas fossem bem preparadas para ir à guerra, o Major Nero Moura foi para Orlando negociar acordos com o governo dos Estados Unidos para que começassem os estágios de treinamento da FAB no Panamá e nos Estados Unidos.
O Major Nero Moura começou uma busca por pilotos que fossem especialistas em todas as categorias de voo e que quisessem ser voluntários pelo país na guerra. Entre os novos membros do órgão, foram escolhidos os primeiros suboficiais, 16 oficiais e 16 sargentos.
Após a primeira etapa, a segunda agora era que cada sargento e oficial fosse responsável por uma tarefa, como a de seleção dos auxiliares, aos Líderes das Esquadrilhas e a escolha dos pilotos; aos suboficiais, eles foram designados para chefias de manutenção, de suprimento, de armamento, de comunicação, de inteligência e também de serviço médico, depois que a função de cada um foi estabelecida, estava pronto o 1.º Grupo de Aviação de Caça.
Treinamento no Panamá e EUA
O caça-bombardeiro P-47 foi um avião de fabricação estadunidense, usado por várias Forças Aéreas aliadas durante a Segunda Guerra Mundial.
Em janeiro de 1944 os membros do 1.º Grupo de Aviação de Caça foram para Orlando nos EUA, fazer um período de treinamento de 60 horas utilizando os caças Curtiss P-40 e se adaptar as normas da Força Aérea dos Estados Unidos, na Escola de Tática Aérea.

Em Março do mesmo ano após o início dos treinamentos, o grupo seguiu para Aguadulce no Panamá, onde o Comandante Nero Moura foi promovido ao posto de Tenente Coronel; já em abril daquele ano o grupo já havia se aprimorado de tal modo que a unidade passou a operar de modo independente e tomou parte do complexo do Sistema de Defesa Aérea da Zona do Canal do Panamá.

Em Março do mesmo ano após o início dos treinamentos, o grupo seguiu para Aguadulce no Panamá, onde o Comandante Nero Moura foi promovido ao posto de Tenente Coronel; já em abril daquele ano o grupo já havia se aprimorado de tal modo que a unidade passou a operar de modo independente e tomou parte do complexo do Sistema de Defesa Aérea da Zona do Canal do Panamá.
Depois de um longo treinamento, cerca de 110 horas de voo em caças Curtiss P-40 e em programas dedicados para os postos de trabalho no Panamá, o grupo retornou para os Estados Unidos em junho, na Base Aérea de Suffolk, em Nova Iorque, onde eles foram apresentados ao Republic P-47-Thunderbolt, o mais novo caça da Força Aérea dos Estados Unidos até então, lá o grupo realizou um treinamento tão duro quanto o de Aguadulce mas logo após o término do curso os pilotos e os equipamentos de apoio estavam prontos para a ação.

Os pilotos do grupo foram de navio para a Itália e desembarcaram no Porto de Livorno, no dia 6 de outubro de 1944, e estavam prestes a passarem pela prova final, o chamado o batismo de sangue; os aviões utilizados pela FAB na guerra foram pegos do depósito da USAAF.

Os pilotos do grupo foram de navio para a Itália e desembarcaram no Porto de Livorno, no dia 6 de outubro de 1944, e estavam prestes a passarem pela prova final, o chamado o batismo de sangue; os aviões utilizados pela FAB na guerra foram pegos do depósito da USAAF.
Campanha na Itália
Um avião P-47 usado pela FAB durante a Segunda Guerra Mundial.

Na Campanha da Itália o 1.º Grupo de Aviação de Caça atuou em conjunto com a 1.ª Esquadrilha de Ligação e Observação, grupo esse que pertence à Artilharia Divisionária e que tinha o objetivo de fazer trabalhos de regulação do tiro de artilharia, de observação do campo de batalha e de missões de ligação e que estava integrado à FEB.

Na Campanha da Itália o 1.º Grupo de Aviação de Caça atuou em conjunto com a 1.ª Esquadrilha de Ligação e Observação, grupo esse que pertence à Artilharia Divisionária e que tinha o objetivo de fazer trabalhos de regulação do tiro de artilharia, de observação do campo de batalha e de missões de ligação e que estava integrado à FEB.
Durante a guerra o grupo Jambock recebeu esse nome de identificação na cidade da Tarquinia, ele era dividido entre 4 esquadrões que eram identificados por uma letra e um número, os grupos eram o esquadrão vermelho (identificado pela letra A), o esquadrão amarelo (identificado pela letra B), o esquadrão azul (identificado pela letra C) e o esquadrão verde (identificado pela letra D); em fevereiro de de 1945 o esquadrão amarelo deixou de existir por conta do baixo número de pilotos pertencente ao grupo, já que dos 11 pilotos do esquadrão, 6 foram mortos ou feridos, os outros membros restantes incorporaram os outros esquadrões.
Mas o que é Senta a Púa!?
Dizem que Senta a Púa era uma expressão popular nordestina que significava: 'espetar ou cutucar com uma haste ou espora', era utilizado para apressar o animal usado como montaria para que ele andasse mais rápido, algo como "depressa", "vamos embora", "em frente".
Mas, os pilotos brasileiros sempre empregavam a chamada "Vamos mandar bala! (Sentar a Púa!) nesses Chucrutes!".
Essa expressão popularmente e coloquialmente falando e simplificada, é que púa em carpintaria, é o nome dado à uma broca que é acoplada a uma ferramenta manual chamada arco de pua.
A pua é a parte da ferramenta que efetivamente fura a madeira através de um movimento rotatório manual. É usada para fazer buracos de diferentes diâmetros.
Pua

E Chucrutes são os alemães, devido ao apelido "Krauts", uma forma abreviada e depreciativa do termo alemão para a conserva de repolho, sauerkraut. O apelido surgiu com os soldados aliados durante a Primeira e Segunda Guerras Mundiais, que usavam o termo para se referir a seus oponentes alemães com base na popularidade do prato na culinária alemã.

E Chucrutes são os alemães, devido ao apelido "Krauts", uma forma abreviada e depreciativa do termo alemão para a conserva de repolho, sauerkraut. O apelido surgiu com os soldados aliados durante a Primeira e Segunda Guerras Mundiais, que usavam o termo para se referir a seus oponentes alemães com base na popularidade do prato na culinária alemã.
Chucrute

Relatos de membros do grupo apontam que a expressão era muito utilizada pelo Tenente Firmino Ayres de Araújo, e que foi popularizado dentro do grupo pelo Tenente Rui Moreira Lima, o grito de guerra se tornou tão popular que foi introduzido no emblema do grupo.

Relatos de membros do grupo apontam que a expressão era muito utilizada pelo Tenente Firmino Ayres de Araújo, e que foi popularizado dentro do grupo pelo Tenente Rui Moreira Lima, o grito de guerra se tornou tão popular que foi introduzido no emblema do grupo.
A expressão se tornou semelhantemente ao "Tally-ho" britânico ou ao "À la chasse" francês, o grito "Senta a púa", antes do uso militar, era expressão cotidiana.
Simbologia
O emblemático símbolo do grupo foi criado pelo Capitão Fortunato Câmara de Oliveira no translado dos pilotos brasileiros dos Estados Unidos para a Itália a bordo do navio UST Colombie.
O capitão criou o emblema pelos militares brasileiros comerem qualquer coisa no almoço durante a viagem (o avestruz), isso aconteceu por conta da maioria dos brasileiros não falarem inglês e sempre comerem a mesma coisa que os intérpretes americanos.
Faixa externa verde-amarela - o Brasil
Avestruz - velocidade e maneabilidade do avião de caça e o estômago dos pilotos, que aguentavam qualquer comida (referência à comida estrangeira norte-americana).
Quepe do avestruz - piloto da Força Aérea Brasileira
Escudo - a robustez do avião P-47 Thunderbolt e proteção ao piloto
Fundo azul e estrelas - o céu do Brasil com o Cruzeiro do Sul
Revólver - poder de fogo do avião P-47 Thunderbolt
Nuvem - o espaço aéreo, ou o "chão do aviador"
Fundo vermelho - o céu de guerra, hostil
Estilhaços de um Flak - a artilharia antiaérea inimiga, cada vez mais severa, quebrando vidros (adicionado posteriormente).
O fim da Guerra
No dia 28 de abril de 1945 a Resistência Italiana capturou e executou (enforcamento) o líder fascista Benito Mussolini e outros membros do governo italiano, no dia seguinte foi assinado a rendição por parte da Itália, no mesmo dia as forças armadas do Brasil capturaram um regimento inteiro alemão, a 148.º Divisão de Infantaria.
No dia 30 de abril o líder alemão Adolf Hitler se suicidou, em 2 de maio a Alemanha Nazista se rendia às forças Aliadas, trazendo o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa.
Muitos pilotos se recordam desse dia, pois eles estavam em uma missão de ataque e pouco antes de atacar foi avisado no rádio (The War is Over!) que a guerra havia chegado ao fim e que não era mais necessário atacar.
Retorno ao Brasil
Em 16 de julho de 1945 os primeiros pilotos do 1.º Grupo de Aviação de Caça pousavam no Campo dos Afonsos chegando da guerra, com eles os acompanhavam os novos Thunderbolt da FAB que vieram escoltados por um Douglas C-47.

Nesse último vieram o Segundo Tenente Marcos Eduardo Coelho de Magalhães e o Primeiro Tenente Roberto Brandini, que estavam se recuperando dos ferimentos de guerra.
O navio USS General M. C. Meigs, que transportava o restante dos pilotos da FAB e os soldados da FEB chegando ao Rio de Janeiro em 18 de julho de 1945.
Os heróis da FAB foram recebidos pelo presidente Getúlio Vargas, que junto com o alto comando da FAB, condecoraram os heróis nacionais pelos seus feitos na Segunda Guerra Mundial.
Os pilotos que trouxeram os novos caças se juntaram ao resto do grupo e com as tropas da FEB e 1.ª ELO para um desfile popular que tinha o destino da Praça Mauá, no Rio de Janeiro, esse evento ficou conhecido como a "Parada da Vitória".
Os membros do 1.º Grupo de Aviação de Caça estavam em viaturas abertas e logo atrás deles as tropas de infantaria da FEB, celebrando a vitória brasileira e o retorno dos heróis da Segunda Guerra Mundial.



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